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Como serão as organizações e a vida empresarial nos próximos 100 anos?

Como serão as organizações e a vida empresarial nos próximos 100 anos?
Dongley Martins
set. 15 - 8 min de leitura
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O mundo empresarial como conhecido há milhares de anos, mudou muito em pouco mais de 100 anos.

Antes de 1900, na maioria do mundo não conhecíamos o conceito de centros urbanos, downtowns, metrópoles..., pois a vida era rural, e por vezes nômade.

Creio que não será necessário um grande debate, para concordarmos que as grandes invenções deram suporte a muitas mudanças na forma de nos organizarmos nas cidades e no campo.

A máquina a vapor, o avião, as telecomunicações, a internet, o computador e por fim, mas não o fim, o smartfone, nos fizeram repensar o mundo, as distancias e a forma de nos relacionarmos organizacionalmente.

Muitos escritores como Taylor Pearson, autor do livro The End of Jobs (o fim dos empregos), tem feito importantes reflexões sobre estas mudanças, e em uma recente leitura de um dos seus artigos me senti desafiado a compartilhar aqui minha opinião sobre o papel das novas tecnologias e da governança, em momentos de nova economia.

Temos acompanhado no mundo inteiro, iniciativas de Blockchain dando suporte a transações antes reservadas a controladores e instituições tão solidas, que muitos de nós, nem ousávamos dizer o nome, e que hoje e nos próximos dias, serão desafiadas a se reconstruírem em uma vertente que não sabemos exatamente qual será (mas as fintech já apontam a direção), mas certamente não será lastreada em seus prédios imponentes e em sua dialética complexa e distante do dia a dia do cidadão normal.

Passei 10 anos empreendendo, 15 anos dentro da indústria ou prestando serviços para ela, sempre com um viés financeiro e de negocio, e os últimos 5 ano, no mercado financeiro, e desde minha escola técnica nos anos 80, passando pela faculdade e pelas demais formações, sempre escuto dizer que os tempos improdutivos são o maior desperdício das organizações e que precisamos nos livrar deles. Na época do meu curso técnico, tive a oportunidade de estudar a fundo este tema, aplicado ao mercado da indústria têxtil, mercado de muitas oportunidades e que sofria de uma ineficiência terrível, ao ponto de quase quebrar no Brasil, na década de 90, com a abertura do mercado por Fernando Collor, o cara do JetSki, da Elba..., você se lembra?!.

Para minha surpresa, muitos dos ladrões do tempo eram passíveis de atuação e de processos melhores, gerando ganhos de eficiência absurdos. Naquela experiência, chegamos a listar mais de 10 processos que poderiam melhorar a eficiência em mais de 30%. O impacto era tanto, que no fim do projeto, eu e meu amigo fomos convidados pela empresa para ir trabalhar lá. Este foi meu primeiro estágio e certamente influenciou muito meu modo de pensar processos.

Pelo mundo afora, muitas economias já resolveram este dilema, terceirizando atividades que não são o Core da empresa, e em alguns casos, como os americanos, terceirizando até o Core (e gerindo apenas as marcas). No fim da linha, o que vale nesta análise é o fato de que o consumidor quer um produto adequado, no lugar certo, na hora certa e ao custo certo, e isso não tem nada a ver com ser barato ou caro, tem a ver com atender a expectativa (dor) do consumidor.

O outro lado da moeda é a regulação dos mercados, e aqui vou pegar apenas um viés, o trabalhista que, durante anos, vem permitindo com sua ineficácia, forçar empresas a manterem em seus quadros de colaboradores, pessoas improdutivas ou ociosas que não podem receber uma proposta de ganhar pelo que produzem, ao invés de mensalidades. O protecionismo por um lado, tem matado a eficácia das empresas e, por outro lado, tem feito com que o sistema repense a forma de encontrar soluções para os tempos improdutivos e dar a ocupação adequada para todos os recursos, nos fazendo refletir, que além da falta de produtividade das pessoas, também temos muitas ineficiências em prédios, sistemas informatizados, meios de pagamentos, fornecimento de conteúdos, uso de espaços de lazer, uso de recursos de mobilidade e isso é só o começo de uma série de iniciativas que vem surgindo com as startups, para responder à mesma dor: como utilizar melhor os recursos.

Quando penso em governança, me parece que no passado fazia sentido que empresas verticalizassem suas decisões e consequentemente sua produção, porque era impossível encontrar um fornecedor engajado com as mesmas teses da empresa. Durante anos, muitas empresas se tornaram impérios verticais, quase que na mesma intenção da torre de babel, chegar ao topo do mundo, sendo autossuficientes, mas isso se provou ineficaz, tanto no passado mais remoto, como tem se provado nos dias de hoje.

As novas ferramentas de gestão do risco e compliance, dentro do ambiente da governança ocuparam um espaço tremendo nas grandes corporações (GRC), que passaram a perceber que não seria verticalizando que os problemas seriam solucionados, nem obteriam ganhos de escala, os tornando mais competitivos.

Me parece que durante anos, o trabalhador tentou proteger seu “ganha pão” nas empresas valorizando e sendo valorizado pelas grandes centralizações, que exigiam profissionais ainda mais especializados e que protegiam ainda mais suas vagas, gerando uma onda enorme de centralização do conhecimento e uma baixíssima democratização do aprendizado. Por isso, muitas organizações decidiram manter estruturas verticalizadas, com profissionais super homens e super mulheres, e patentes infinitas, gerando uma espécie de guerra fria das informações industriais.

Bem, os ventos têm mudado de direção e conforme podemos observar atualmente temos muitas novas tecnologias sendo estudadas e aplicadas. As empresas mais valiosas do mundo não tem nenhuma ou quase nenhuma patente, não são grandes conglomerados de produção verticalizados (veja os modelos do AirBnb que não tem nenhum prédio e é o maior conglomerado de hospedagem no mundo) e nem protegem seus homens e mulheres maravilhas por medo de perder suas informações, ao contrário, pelas ruas de cidades com São Francisco, Israel, China, Estônia, Suíça, já no Brasil e em muitas outras cidades, pessoas tem sentado em Igrejas, bares, padarias, coworkings e nas mais diversas modalidades de locais, e desenvolvido soluções que ganham o mundo, resolvendo as dores de milhares de pessoas.

Alguém já deve estar dizendo, já vem eles tentando me evangelizar com este papo de startups, mas quando as empresas crescem, viram corporações com suas engrenagens como as Apple, Google, Netflix, Amazon e outras... Isso é verdade, mas a parte que nos interessa nesta jornada, como incentivadores de um modelo mental de empresas joviais e aceleradas (isso não tem nada haver com tecnologia apenas, gosto de lembrar que Noé quando aceitou o desafio de Deus de construir um barco, com base em uma promessa de dilúvio, parecia loucura, algo muito à sua frente, assim como hoje, parece loucura inovar e aceitar o desafio de Deus de preparar o mundo para os próximos 100 anos ou até que Jesus volte e reine), que serão responsáveis por solucionar muitas das dores do mundo, é que elas comecem bem cedo a pensar nas ferramentas de uma governança adequada à sua fase de vida, sem nunca deixar de lado ou desprezar o fato de que, boas praticas de governança podem e devem nascer junto com estas organizações, já que a parte das tecnologias, são inerentes ao negócio ágeis e acelerados.


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